Nome científico: Liopropoma Carmabi
Nome comum: Cavernoso
Local de origem: Do Golfo do México até o litoral do Espírito Santo.
Manutenção: Difícil
Alimentação: Preferencialmente misídeo, artêmia enriquecida, camarão, mas ocasionalmente pode aprender a comer ração.
Custo: Muito alto
Compatível com corais: sim
Temperamento: territorialista
Um dos peixes mais raros que já vimos pessoalmente e um dos mais bonitos encontrados no litoral brasileiro, o Liopropoma Carmabi dificilmente é visto nas lojas devido ao alto preço no mercado internacional custando pelo menos 1000 dólares.
Com listras lilás e laranjas no sentido da cauda à cabeça, apresenta manchas negras na barbatana caudal e na barbatana dorsal, fazem com que seu pequeno corpo de até 6 centímetros encante o observador mais exigente.
Membro da família dos serranídeos, mesma família das garoupas e badejos, habita áreas profundas dos oceanos do Golfo do México até o litoral capixaba e chegam a ser encontrados em até 70 metros de profundidade, onde adora se esconder entre as rochas e corais. Essa profundidade elevada é um dos motivos de serem pouco encontrados no mercado, não pela falta de mergulhador ou dos peixes, mas pelo processo da descompressão ser demorado e improdutivo.
De hábito reservado, não é um peixe que vai ficar nadando no aquário e se este for muito grande, só irá vê-lo ocasionalmente. É um peixe interessante para aquário médios (não menores que 500 litros) e com corais que contrastem com as cores cintilantes de seu corpo.
É também um peixe territorialista, embora nos aquários compartilhem as rochas com alguns peixes de espécies diferentes e arrume briga com outras espécies.
Na natureza é encontrado solitário ou em casal e não há diferença morfológica entre os sexos.
Sua alimentação é baseada em pequenos crustáceos, moluscos e outros animais (e seus pedaços) que caibam em sua boca. Nos aquários podem aceitar rações com o tempo, mas até lá é melhor ter um estoque de misídeos e artêmia enriquecida para alimenta-lo.
O liopropoma carmabi não se alimenta de corais, então é bem tranquilo de mantê-lo num aquário de recife nesse ponto. Por ser um peixe de águas profundas, se estressa muito com a luminosidade e deve ser evitado em aquários de iluminação de intensidade moderada a alta.
Se quiser adquirir um desses magníficos peixes, é melhor ir preparando a carteira e usar toda sua rede de contatos para consegui-lo. Devido à sua raridade, às vezes acontecem pequenos leilões por um exemplar no exterior, o que dificulta mais ainda a permanência desses peixes no mercado nacional.
Mas não fique chateado com isso, temos uma boa notícia!
Há cinco anos atrás conseguiram reproduzir o liopropoma carmabi em cativeiro, porém ainda não há manejo suficiente de uma reprodução comercial, como acontece com os neons goby e o gramma loreto. Esperamos que em breve existam criadores em várias partes do mundo.
Nossa experiência prática com liopropoma carmabi
Aprendemos lidando com esse peixe que a adaptação para comer ração demora meses, muitos meses, então é preciso disposição do aquarista para alimentá-lo com alimento vivo ou congelado e ir dando ração aos poucos.
É um peixe muito sensível às variações de temperatura e qualidade de água, então um aquário com chiller e estável há mais de 1 ano (pelo menos 2 anos de montado) é imprescindível.
Embora seja pequeno, não é um peixe que se adeque com facilidade a aquários menores que 500 litros sem uma morte prematura. No autor do texto do Advanced Aquarist ele mencionou que manteve por anos no seu aquário de 500 galões (mais ou menos 1900 litros), mas não mencionou por quanto tempo mantém um liopropoma carmabi no nano dele. Aqui não vimos ninguém conseguir manter com sucesso em aquários menores que 500 litros.
Falando em morte prematura, a taxa de sobrevivência do liopropoma carmabi é de menos de 20% no primeiro mês devido às questões de adaptação à pressão da água, mudança ambiental ou até mesmo natural.
Nos primeiros dias tem uma taxa de sobrevivência maior quando mantidos em potes escuros como de toddy.
Não pode ser colocado com pseudochromis diadema porque vai dar briga de todo jeito. Deve-se evitar todos os pseudochromis por precaução. Também não vai bem com wrasses como o six line e o melanurus.
Embora seja um peixe muito bonito, é um peixe muito caro e de difícil adaptação inicial e difícil manutenção. Se quiser ter um desses no aquário, é melhor que seja um aquário devidamente pensado e montado para esse joia dos mares.
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