Hoje continuaremos falando da importância de se fazer os testes regularmente e vamos falar especificamente sobre o fosfato, um composto que não tenho notícias de nenhum aquário intoxicado com ele, mas que causa sérios transtornos secundários.
O Fósforo é um elemento químico presente em praticamente todas as células em quantidade considerável (está até no DNA na forma de fosfato!), e por isso são denominados macro nutrientes. Nos nossos aquários o Fósforo encontra-se em sua parte indesejada como ortofosfatos (fosfato inorgânico dissolvido) que é a forma mais facilmente absorvida por plantas, algas e bactérias. Os ortofosfatos são também o fosfato que são medidos pelas maiorias dos testes de aquário. Nos lagos não eutrofizados da natureza quase não encontramos fosfato na dissolvido na água, a concentração é tão pequena que não apareceria em nenhum dos testes utilizados em aquário.
O fosfato não é tóxico aos peixes em concentrações consideráveis (acima de 100ppm) e até hoje nunca vi um aquário com concentração tão grande desse componente (até mesmo porque não conheço nenhum teste que tenha essa escala). Em aquários marinhos o fosfato é uma preocupação um pouco maior pois este reduz o crescimento dos corais duros em grande proporção a taxas acima de 0,1 ppm.
Se o fosfato não é nocivo aos peixes, por que então devemos nos preocupar com ele?
O fosfato é considerado o principal causador da eutrofização dos corpos d’água e ninguém gosta de algas nos aquários, seja pela estética, seja pelos efeitos negativos. Fazer testes de fosfatos é uma maneira de perceber um possível acúmulo de água no sistema e evitar um indesejado surto de algas ou bactérias. Em aquários marinhos, como já foi dito, reduz o crescimento de corais duros
O fosfato surge no aquário principalmente pelo excesso de ração, mas também pode aparecer devido ao apodrecimento de plantas e algas e também mortes de animais no aquário (inclusive das bactérias). Utilizar água de TPA de má qualidade também pode encher o aquário de fosfato.
Um fato que pouca gente sabe é que os corais a-hermatípicos liberam grande quantidade de fosfato na água, isso inclui o famoso Sun Coral.
Em um único dia você pode encher o aquário de fosfato e irá levar semanas e talvez meses para resolver o problema.
Evitar que os níveis de fosfato subam é muito mais fácil do que reduzir os níveis de fosfato do aquário. Trocas parciais semanais de cerca de 20% é uma maneira de manter os níveis de fosfato muito baixos. Um detalhe muito importante dessas trocas parciais é usar água de boa procedência, senão pode acabar piorando a qualidade da água ou invés de melhorar.
Em aquários de água doce, uma medida para reduzir o nível de fosfato com um filtro de plantas e assim que o fosfato reduzir pode ou não tirar o filtro. Vale lembrar que as plantas também retiram outros minerais importantes da água, então as trocas parciais devem ser mais frequentes. Não recomendamos utilizar um filtro de algas em aquários de água salgada com corais, pois as algas são os principais concorrentes dos corais por espaço e nutrientes e por isso fazem guerra química direta ou indiretamente com os corais podendo ou não causar prejuízos. Esse assunto de filtros de plantas e algas mais detalhado é um assunto para outra hora.
Em aquários marinho o skimmer é o equipamento responsável por remover os fosfatos( através de algas e particulados como o fosfato de Cálcio), assim um bom equipamento é fundamental. As rochas vivas são os “filtradores” naturais do fosfato, pois os organismos presentes nelas o utilizam em seus organismos, daí vem a importância de se manter ao menos 1kg de rocha viva para cada 8 litros de aquário. Quando a quantidade de fosfato é grande, um reator anaeróbico ou reator aeróbico ( como um de biopellets, por exemplo) costumam resolver o problema.
Enfim, não há melhor maneira de manter baixa a concentração de fosfato do que trocas parciais regulares e em boa quantidade e uma alimentação não excessiva.