Nesse texto iremos falar sobre o teste de nitrito e da importância de manter esse parâmetro o mais perto do zero possível.
O nitrito(NO2) é o resultado da oxidação da amônia pelas bactérias nitrificantes e é o predecessor do nitrato. O nitrito é menos tóxico que a amônia, mas não deixa de ser tóxico.
Da mesma forma que a amônia, o nitrito entra no organismo do peixe através das brânquias e pode acumular-se no organismo do peixe em grandes concentrações que podem ser 60 vezes maior que a concentração de nitrito na água.
O principal efeito da contaminação por nitrito é a oxidação da hemoglobina do sangue, fazendo com que ela leve menos oxigênio para os órgãos e tecidos. Assim, o sangue e as guelras dos peixes ficam marrons, sendo o segundo o sintoma mais visível. Com a redução do oxigênio no sangue, o peixe entra em um estado de letargia, fica parado demais (dormindo mesmo), devido aos músculos não poderem trabalhar direito além de prejudicar o funcionamento de todos os órgãos. Alta concentração de NO2 também pode ocasionar ferimentos nos tecidos externos que podem levar a infecções e problema de controle osmótico. Em vários casos o excesso de nitrito pode ser letal. É comum quando o nitrito começa a ficar em níveis tóxicos dos peixes se jogarem contra o vidro do aquário e contra os enfeites. Se um peixe for mantido em níveis altos, mas não letais de nitrito, o crescimento dele é severamente prejudicado e até mesmo pode morrer de “falta de ar” se for obrigado a ser movimentar demais.
Existem vários fatores que aumentam ou reduzem a toxicidade do nitrito na água que serão descritos a seguir:
O tempo de exposição do peixe ao nitrito: O peixe precisa de até 48 horas para acumular nitrito no seu organismo, porém precisa de até o dobro do tempo para eliminar o nitrito do organismo.
Salinidade da água: A quantidade de cloretos e brometos dissolvidos na água é um fator muito importante, quanto maior a concentração de cloretos e brometos, menor a toxicidade. É por isso que o nitrito é menos tóxico em aquários marinhos do que em aquários de água doce.
Idade e tamanho do peixe: assim como a amônia, os peixes adultos são mais resistentes à intoxicação por nitrito que os menores e filhotes. Peixes maiores tendem a se intoxicar mais rapidamente que peixes menores devido à superfície de contato.
Espécie: Peixes de espécies diferentes possuem tolerâncias diferentes à intoxicação por nitrito.
O limite de nitrito no aquário é 0,1ppm. Acima desse valor o nitrito passa a ser tóxico para a maioria das espécies e medidas devem ser tomadas para que esse valor diminua e não volte a subir.
A primeira medida a se tomar em caso de excesso de nitrito é a suspensão da alimentação. Isso serve para reduzir a produção de amônia pelos peixes. Fazer trocas parciais diárias de até 25% com água de boa qualidade ajuda a reduzir a concentração no contaminante na água. A adição de sal de cozinha é uma medida útil para algumas espécies que toleram água com salinidade alta, mas pode ser ainda pior em peixes que não toleram salinidade como peixes de couro, discos e cascudos. Assim sendo, utilize no máximo 2ml de sal para cada 100 litros de água do aquário. É indicado o uso disso apenas em aquários de kinguios, poecialias ou lago de carpas. E por último veja se não há algo de errado com o filtro como entupimento sujeira demais, etc, se não houver é porque a filtragem está insuficiente e deve-se providenciar uma melhoria no processo de filtragem( seja com mais mídias, seja melhorando a oxigenação ou mesmo outro filtro).
A boa notícia disso tudo é que com a regularidade dos testes é possível reverter rapidamente os efeitos do nitrito no organismo do peixe. Após o problema de alta concentração de nitrito ser resolvido, o peixe irá voltar à concentração normal e hemoglobina e assim a taxa normal de oxigenação do organismo. Alguns problemas secundários podem querer atenção ou tratamento especial, que é o caso de ataque de parasitas ou infecções e lesões nos órgãos.
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