Há uns meses atrás alguns amigos nossos passaram a alimentar seus peixes regularmente com tenébrios e coisas estranhas começaram a acontecer. Os peixes apresentavam sinais de má digestão, ficavam com cores fracas, perdiam o apetite e surgiam problemas secundários. Acontece que ficamos sabendo de outros casos semelhantes e resolvemos investigar o que estava acontecendo e por fim acabamos por descobrir que o tenébrio não deve ser usado com alimento de peixes ornamentais.
O que são os tenébrios
Os tenébrios são besouros da família Tenebrioninae tendo como sua mais conhecida espécie o Tenebrio molitor conhecido como tenébrio comum. As larvas desses besouros são regularmente usadas na alimentação de peixes, aves, répteis e anfíbios ornamentais. Os tenébrios também são muito usados como isca de pesca.
O ciclo de vido do tenébrios se divide basicamente em 4 fases distintas: ovo, larva, pupa e besouro adulto como pode ser vista na imagem abaixo.
Não vamos entrar em detalhes sobre os tenebrios, cultivo e fases de vida desses besouros porque não é o intuito desse texto.
Espécies de tenébrios
A família Tenebrioninae é muito grande e compreende várias espécies muito parecidas aparentemente, mas com características que a diferem que só um taxônomo atento consegue identificar corretamente.
A imagem abaixo mostra algumas espécies da família Tenebrioninae, inclusive o T. molitor. Veja como alguns são bastante parecidos.
Entre as espécies mais comuns usadas na alimentação de animais domésticos temos o Tenebrio molitor (conhecido como tenébrio comum), o Tenebrio obscurus e o Zophobas morio (conhecido como tenébrio gigante).
Provavelmente muito dos tenébrios vendidos não são Tenebrios molitor, mas não encontramos nenhuma menção de que há algum problema em utilizar outras espécies sem ser as mais comuns.
Composição dos Tenébrios
A composição dos tenébrios é o que mais atrai na utilização desses insetos como alimento para peixes, pássaros e até pessoas. Com alto teor de proteínas e gorduras e também baixo teor de carboidratos, os tenébrios parecem à primeira vista à melhor opção para alimentação de peixes ornamentais, mas não é bem assim que acontece na prática.
A imagem abaixo retirada da fonte [1] mostra a composição média de alguns besouros, inclusive o tenébrio comum e o gigante. Veja que eles sempre tem mais de 30% de proteína em relação ao seu peso seco e podem chegar a mais de 40% de gorduras.
A imagem abaixo retirada da fonte [2] mostra a análise dos tenébrios e encontrou valores parecidos com a tabela anterior.
Essas tabelas mostram que sempre há uma variação da composição do tenébrio. Essa variação acontece em função do seu cultivo, principalmente relacionado com alimentação e umidade do ambiente.
Quando se faz um arraçoamento adequado na alimentação dos peixes, as gorduras não são causadoras de problemas, são aliados importantes e necessários. Já escrevemos sobre isso no nosso texto sobre alimentação.
Agora, um ponto que não é evidente nessas tabelas é a composição de quitina dos tenébrios.
A quitina é um polímero bastante comum na natureza sendo a segunda fibra natural mais comum do mundo, perdendo apenas para a celulose. Ela está presente no exoesqueleto dos artrópodes e na parede celular dos fungos.
Como toda fibra na alimentação, a quitina é de difícil digestão o que faz com que ela aumente a massa fecal, o que não é desejável nos aquários devido a aumentar a quantidade de fezes no substrato e no filtro.
Mais detalhes sobre a quitina será dado mais à diante nesse texto.
Estudos sobre o uso de Tenébrio na alimentação de peixes
Por todas essas vantagens nutricionais apontadas e pelo baixo custo em relação a outras fontes de proteínas como a farinha de peixe, o tenébrio sempre vem como uma boa fonte de nutrientes, seja para alimentação humana ou de animais. Porém, os resultados com os peixes não são muito produtivos.
A tese de mestrado do Jiovani Sérgio [3] mostra a inclusão da farinha tenébrio na alimentação de tilápias em proporções de 5%, 10%,15% e 20% na ração. A imagem abaixo retirada da sua tese mostra a composição detalhada das dietas. Veja como são muito parecidas em relação a proteínas e gorduras.
A conclusão do seu trabalho foi que a quantidade máxima do acréscimo da farinha de insetos (a tese trata sobre tenébrios e baratas) seja de no máximo 10%. Detalhe importante: a barata teve um melhor desempenho que o tenébrio.
O artigo [4] mostra que o crescimento das larvas de tilápias com rações contendo de 25% e 50% teve uma redução no crescimento de 29% em relação ao controle alimentado com ração sem tenébrio, o que é muita coisa. Ele ainda termina dizendo que é preciso mais estudos sobre a digestão da quitina e toxinas envolvidas.
O artigo [5] mostra uma compilação de vários resultados de testes incluindo insetos, principalmente a farinha deles, na alimentação de peixes diversos. Em quase todos a adição de farinha de tenébrio acima de 50% reduziu o crescimento.
Os artigos [6][7][8][9][10] também apresentaram redução de crescimento com diferentes proporções do usa do tenébrio in natura ou como farinha de peixe.
No uso de farinha de inseto na alimentação de peixes os estudos tem tido resultados muito parecidos entre si, respeitando as variações em função das espécies e metodologias investigadas.
Só por esses trabalhos e por essas informações iniciais já deu pra perceber que o tenébrio não é um bom alimento para peixes, principalmente os ornamentais onde entra a questão de qualidade da água e beleza dos animais são muito importantes, mas tem mais coisa envolvida.
Problemas envolvendo alimentação de peixes com tenébrios
Dentre os problemas que explicam o pior crescimento dos peixes estão a quitina e a contaminação por fungos.
Alguns estudos aqui apresentados mostraram que existem nos tenébrios bactérias degradadoras de matéria orgânica e algumas poucas bactérias potencialmente patogênicas foram encontradas também.
Não é preciso ficar muito preocupado quanto a essas bactérias degradadoras, elas são comuns do flora intestinal dos peixes. Quanto às bactérias potencialmente patogênicas, também não são bactérias que os peixes não possam lidar, são bactérias dos gêneros aeromonas, citrobacter, vibrio comumente encontradas na água dos aquários, nos filtros biológicos e no próprio intestino dos peixes. [1][2][3][6][11][12]
Assim sendo, vamos nos focar nos pontos realmente importantes: quitina e fungos.
A quitina
O problema causado pela quitina na dieta dos peixes não é completamente definido.
Assumindo que os animais monogástricos não digerem a quitina [6], e os peixes não são exceção, ainda assim há a presença da quitinase, enzima que degrada a quitina. Essa quitinase é provavelmente produzida pela flora intestinal dos peixes já que essa enzima é encontrada em muitos peixes.
Agora entramos num ponto complexo: flora intestinal dos peixes.
A flora intestinal dos animais é adaptada de acordo com sua dieta. Peixes que possuem uma dieta regular desenvolvem uma flora intestinal propícia e adequada à essa alimentação. Caso você altere a dieta, a digestão dos nutrientes será alterada e possivelmente a flora intestinal também será no longo prazo.
Todos os animais possuem uma flora intestinal repleta de bactérias não patogênicas e também de bactérias potencialmente patogênicas que o organismo adquire resistência. Também, as bactérias não patogênicas competem com as patogênicas sendo as primeiras muito mais desejadas que as segundas.
Os probióticos e pré-bióticos ajudam bastante nesse assunto.
Os probióticos nada mais são que bactérias desejadas no organismos que não trazem malefício e combatem as bactérias potencialmente patogênicas. Os pré-bióticos já são substâncias, principalmente polímeros que não são digeridos pelo hospedeiro, que induzem o crescimento da flora intestinal desejada.
Se seu peixe tem uma flora intestinal adaptada a comer ração onde aos carboidratos, proteínas e lipídeos estão em suas formas mais absorvíveis e você muda a dieta dele repentinamente com a substituição por alimentos de composição muito diferente, você pode prejudicar sua digestão e assimilação de nutrientes.
Isso é muito comum nos relatos onde falam que os peixes não foram bem quando mudou a dieta para alimentos vivos somente.
Não é que alimentos vivos sejam uma alimentação ruim, muito pelo contrário, é uma excelente fonte de alimentação para os peixes, é somente que o peixe não tem uma flora intestinal condizente e necessária para com esse tipo de alimentação.
Toda mudança de alimentação pode causar problemas diversos, principalmente diarreia, por isso precisa ser feita de maneira lenta e gradual.
Nos piores casos de problemas na digestão pode acontecer o desenvolvimento de bactérias patogênicas que o peixe não tem resistência e por consequência doenças oportunistas podem atacar o peixe.
A quitina entra justamente no que nós dissemos acima. Se o peixe não tiver uma flora intestinal adequada ou você pode causar problemas digestivos ou pode induzir o surgimento de bactérias que irão causar problemas.
A composição de quitina nos tenébrios varia de 3% à 10% em relação ao seu peso seco dependendo de fase da vida e manejo, logo, usando o tenébrio vivo como é comumente dado nos aquários, você tem uma massa de matéria não digerível muito grande.
Dependendo da proporção de quitina e do metabolismo do peixe, a quitina prejudica a digestão e assimilação de proteínas, carboidratos e ácidos graxos e é um dos principais motivos do não uso de insetos na alimentação dos peixes. [3][4][5][6][7][8][9][13][21][22][23]
Assim, quando se resume o assunto aos peixes de aquário é praticamente impossível que esses peixes ornamentais tenham capacidade de digerir o use adaptar à uma alta concentração de quitina na sua dieta, o que explica muito dos sintomas e resultados encontrados pelos nossos amigos e seus conhecidos que utilizaram tenébrio na alimentação dos seus peixes.
Micotoxinas, as toxinas produzidas pelos fungos
Se o leitor até esse ponto já achava que a quitina presente nos tenébrios já era motivo suficiente para não usar os tenébrios na alimentação dos peixes, não esperava por toxinas associadas aos tenébrios!
Micotoxinas são as toxinas produzidas por fungos pelo seu metabolismo e que serve para reduzir ou inibir o crescimento de outros organismos próximos a ele. É como se fosse uma arma química.
As micotoxinas já são bastante conhecidas de quem mexe com quem estudou ou mexe com silo de grãos ou ração animal.
A parte muito ruim é que as micotoxinas são muito nocivas aos animais, todos eles.
A tabela abaixo retirada da revista Panorama da Aquicultura vol. 25 mostra o efeito das micotoxinas em tilápias. Veja que os sintomas são muito parecidos com os de má nutrição, inclusive acúmulo de gordura, mesmo numa dieta não rica nesse nutriente.
Outro ponto importante a se notar é que as micotoxinas tem efeitos em baixíssimas concentrações. A tabela acima está em ppb, partes por bilhão, que significa 1mg de toxina por tonelada de ração!
Como coisa ruim pouca é bobagem: as micotoxinas tem um efeito sinergético. Duas micotoxinas isoladas não são nocivas a uma dada concentração,5 ppb, por exemplo, mas duas micotoxinas agindo simultaneamente em uma concentração mais baixa, 1 ppb cada e totalizando 2ppb total, podem ter um efeito nocivo muito maior se eles tivessem isolada a 5 ppb.
Os principais sintomas das micotoxinas nos peixes são:
Redução no apetite, perda de peso, problemas nos órgãos internos (principalmente fígado e rins), machucados e feridas, coloração amarelada, redução da imunidade e até letargia.
Muitas vezes isso é suficiente para causar morte direta ou indireta dos animais.
Todos esses sintomas são também comuns de uma dieta ruim, rica em gordura, mas são causados pelas micotoxinas também.
Não é preciso entrar nos detalhes sobre os tipos de micotoxinas aqui, o que importa é saber que elas são ruins, muito ruins. Os mais interessados poderão usar as referências bibliográficas e o material complementar no final desse texto para se inteirar mais do assunto.
Agora, voltando aos tenébrios...
Sobrinho, onde que as micotoxinas se encaixam nos tenébrios já que eles não são fungos?
A resposta é simples: os fungos estão presentes no alimento e nas caixas de cultivo dos tenébrios.
Os fungos que produzem micotoxinas se adaptam muito bem ao ambiente úmido do cultivo de tenébrios e acaba por terem facilidade de se desenvolver. Seja na comida ou nas fezes (os tenébrios tem costume de comer as suas fezes), a toxina pode entrar no metabolismo do tenébrio e ficar ali até que seja metabolizado ou eliminado nas fezes.
O maior problema disso tudo é que os tenébrios possuem uma alta resistência à micotoxinas!
Essa resistência é provavelmente uma adaptação ao meio ao qual esse besouros estão inseridos onde muitos outros animais não sobreviveriam.
O artigo[14] mostra que não houve nenhum problema de crescimento de Tenebrio molitor em concentração de micotoxinas de até 8ppm. 8 ppm é mais de 1000 vezes a quantidade de micotoxinas necessárias para surtir efeito nas tilápias que foi apresentada na tabela acima! O próprio autor ainda menciona que isso pode ser um risco para quem cultiva esses insetos e para quem os consome.
O artigo [15] mostra a concentração de micotoxinas no cultivo de uma espécie de tenébrio e mosca soldado-negro. Veja a acumulação de micotoxinas nos gráficos abaixo nas larvas de tenébrio (LMW) e larvas de mosca (BSF). O mais importante desse estudo é que os níveis de micotoxinas encontrados nas larvas são parecidos entre si, independentemente da quantidade de micotoxinas usadas na alimentação (barra negra). AfB1, DON, ZEN e OTA são micotoxinas diferentes.
Os artigos [16] e [17] também mostram a resistência dos tenébrios às micotoxinas e sua acumulação nos microrganismos.
Enfim, a contaminação por micotoxinas é um problema conhecido e vem sendo cada vez mais estudado devido ao potencial do uso de insetos na alimentação.
Conclusão
Nesse trabalho a conclusão é muito simples: não alimente seus peixes com tenébrios!
As rações de boa qualidade suprem toda a necessidade dos peixes e há ainda a possibilidade de usar alimentos vivos mais adequados como dáfnias e blood worm.
Os peixes só tendem a perder quando o aquarista dá tenébrios como alimento devido à quitina e possivelmente às micotoxinas.
Pode vir um espertinho e dizer que na natureza os peixes comem insetos diversos. De fato, muitos peixes comem insetos diversos, mas qual a dieta normal deles? Qual a taxa de sobrevivência dos peixes na natureza?
Nem precisamos responder essas duas perguntas, né?
Referências bibliográficas e material complementar
[1] Rumpold, Birgit A., and Oliver K. Schlüter. "Nutritional composition and safety aspects of edible insects." Molecular nutrition & food research 57.5 (2013): 802-823.
[2] Costa, Sara Machado. Proteínas de larvas de Tenebrio molitor (L., 1758): extração, caracterização e aplicação num produto alimentar. Diss. Universidade de Lisboa, Faculdade de Medicina Veterinária, 2017.
[3]Farinha de insetos na alimentação de tilápias em sistema de bioflocos e recirculação de água / Jiovani Sergio Bee TUBIN. – Chapecó , 2017. 97 p.
[4] Sánchez‐Muros, MªJ, et al. "Nutritional evaluation of Tenebrio molitor meal as fishmeal substitute for tilapia (Oreochromis niloticus) diet." Aquaculture Nutrition 22.5 (2016): 943-955.
[5] Tran, G., V. Heuzé, and H. P. S. Makkar. "Insects in fish diets." Animal frontiers 5.2 (2015): 37-44.
[6] Gasco, Laura, et al. "Tenebrio molitor meal in diets for European sea bass (Dicentrarchus labrax L.) juveniles: growth performance, whole body composition and in vivo apparent digestibility." Animal Feed Science and Technology 220 (2016): 34-45.
[7] Belforti, Marco, et al. "Tenebrio molitor meal in rainbow trout (Oncorhynchus mykiss) diets: effects on animal performance, nutrient digestibility and chemical composition of fillets." Italian Journal of Animal Science 14.4 (2015): 4170.
[8] Roncarati, A., et al. "Growth performance of common catfish (Ameiurus melas Raf.) fingerlings fed mealworm (Tenebrio molitor) diet." Journal of Insects as Food and Feed 1.3 (2015): 233-240.
[9] Ng, W‐K., et al. "Potential of mealworm (Tenebrio molitor) as an alternative protein source in practical diets for African catfish, Clarias gariepinus." Aquaculture Research 32.s1 (2001): 273-280.
[10] Piccolo, G., et al. "Effect of Tenebrio molitor larvae meal on growth performance, in vivo nutrients digestibility, somatic and marketable indexes of gilthead sea bream (Sparus aurata)." Animal Feed Science and Technology 226 (2017): 12-20.
[11] Spiegel, van der M., M. Y. Noordam, and H. J. Fels‐Klerx. "Safety of novel protein sources (insects, microalgae, seaweed, duckweed, and rapeseed) and legislative aspects for their application in food and feed production." Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety12.6 (2013): 662-678.
[12] Belluco, Simone, et al. "Edible insects in a food safety and nutritional perspective: a critical review." Comprehensive reviews in food science and food safety 12.3 (2013): 296-313.
[13] Han, Xiaocui. "Chitin analysis of insects (mealworm and cricket)." (2018).
[14] Van Broekhoven, S., et al. "Degradation and excretion of the Fusarium toxin deoxynivalenol by an edible insect, the Yellow mealworm (Tenebrio molitor L.)." World Mycotoxin Journal10.2 (2017): 163-169.
[15] Camenzuli, Louise, et al. "Tolerance and Excretion of the Mycotoxins Aflatoxin B1, Zearalenone, Deoxynivalenol, and Ochratoxin A by Alphitobius diaperinus and Hermetia illucens from Contaminated Substrates." Toxins 10.2 (2018): 91.
[16] Van Broekhoven, Sarah, et al. "Exposure of tenebrionid beetle larvae to mycotoxin-contaminated diets and methods to reduce toxin levels." Netherlands Entomological Society Meeting; FAO: Rome, Italy. 2014.
[17] Davis, G. R. F., et al. "Screening for mycotoxins with larvae of Tenebrio molitor." Journal of invertebrate pathology 26.3 (1975): 299-303.
[18] Ribeiro, Paula Adriane Perez, et al. "Manejo nutricional e alimentar de peixes de água doce." Departamento de Zootecnia/UFMG, Belo Horizonte (2012). https://vet.ufmg.br/ARQUIVOS/EDITORA/20131002140549.pdf
[19] http://www.acquaimagem.com.br/docs/Pan121_Kubitza_micotoxinas.pdf
[20]https://www.academia.edu/16144569/Micotoxinas_na_ração_um_inimigo_silencioso_na_criação_de_peixes_e_camarões
[21] 河野迪子, 松居隆, and 清水千秋. "Effect of chitin, chitosan, and cellulose as diet supplements on the growth of cultured fish." 日本水産学会誌 53.1 (1987): 125-129.
[22] Shiau, Shi-Yen, and Yi-Ping Yu. "Dietary supplementation of chitin and chitosan depresses growth in tilapia, Oreochromis niloticus× O. aureus." Aquaculture 179.1-4 (1999): 439-446.
[23] Krogdahl, Å., G‐I. HEMRE, and T. P. Mommsen. "Carbohydrates in fish nutrition: digestion and absorption in postlarval stages." Aquaculture nutrition 11.2 (2005): 103-122.